Fazer escolhas é da natureza do ser humano. Qualquer coisa, por mais simples que seja, está relacionado à uma escolha. Até mesmo não querer fazer nenhuma escolha já é em si uma escolha, uma opção que você fez.
A grande parte das escolhas que você faz acontecem no piloto automático. São guiadas pelos teus hábitos. Quando você acorda, por exemplo, você tem um ritual particular que sempre executa.
No meu caso, eu acordo, acendo a luz do meu relógio para ver que horas são, olho no telefone para ver se tem alguma notificação importante e me levanto pelo mesmo lado da cama, sempre. Você provavelmente também tem os seus.
Mas algumas vezes nossas escolhas são guiadas por outros parâmetros, como as necessidades fisiológicas, a pressa, a escassez, as emoções/sensações… E estes últimos fatores eu gostaria de dar um destaque especial.
As escolhas de ouro: Prazer x Dor
Minha mãe desde cedo sempre me falou: “Meu filho, primeiro a obrigação, depois a diversão.” Como eu cresci ouvindo isso, me habituei a sempre dar uma atenção especial ao que realmente precisa ser feito. Mas de fato, não é uma escolha fácil de se realizar.
Certa vez estive refletindo sobre os acontecimentos da minha vida. Eu precisava passar em uma prova importante, então tive que me preparar como nunca. Poucas vezes na minha vida eu me senti tão inseguro com o fato de ser testado.
Então, eu trabalhei como nunca para ter o resultado que eu esperava. Foram semanas de dedicação até finalmente chegar a data da bendita prova. Além do desgaste psicológico que envolvia o processo, havia também o desgaste físico. Aquele dia estava muito quente, era cerca de três da tarde e tinha um bom tempo que eu estava sem me alimentar direito.
Após um bom tempo de espera, as provas começaram. Me saí muito bem na primeira etapa, como dizem: “Sobrei”. Em seguida veio a segunda bateria de testes. Este sim, acabou comigo. Finalizei a bateria muito cansado, mas tentando poupando o máximo de energia que eu podia. Sabia que a última prova era a que iria exigir mais de mim, fisicamente e psicologicamente, não poderia gastar tudo ali.
Na última bateria da testes eu coloquei à prova tudo que eu tinha. Foram os 52,6 segundos mais longos da minha vida. Mas, felizmente foram suficientes. Eu estava aprovado. Me lembro que foi uma das maiores satisfações que eu senti até o momento que escrevo este post. Não lembro de nenhuma outra situação que eu tenha ficado tão desgastado e radiante ao mesmo tempo. Eu tinha vencido, não só a prova, mas vencido a mim mesmo. Me superado como nunca havia feito.
Sem dúvidas eu poderia ter feito escolhas muito menos doloridas a curto prazo, que me trariam um retorno quase que imediato em prazer. Ter abdicado destes curtos momentos de prazer para passar horas dedicando-me, quebrando a cabeça, me acabando fisicamente sob chuva e sol é de fato muito dolorido, desgastante demais. Porém, se eu tivesse feito a escolha que traria uma faísca de prazer a curto prazo, não teria tido uma das experiências mais incríveis e satisfatórias da minha vida.
Portanto, fique atento. Quase sempre, optar pelas escolhas que são doloridas, desgastantes a médio e longo prazo, te trarão experiências e emoções únicas, incríveis. Já as experiências que retornam prazer a curto prazo, te afastará cada vez mais de experiências extraordinárias.
Artigos Relacionados
Sobre o Autor
0 Comentários